A sífilis é uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) que proliferam ainda em nossos dias, denominada cientificamente de lues. Enfermidade infecciosa, ela é provocada por uma bactéria da espécie conhecida como espiroqueta, melhor especificando, ela tem o formato espiralado. Seu nome nos meios acadêmicos é Treponema pallidum. O primeiro efeito é uma ferida chamada cancro duro, que pode atingir quase todo o organismo, durante a primeira etapa, mas também se manter em estado de repouso no corpo, sem nenhuma manifestação.
Na primeira fase, tanto quanto na segunda, os sintomas principais se manifestam mais amplamente, a infecção é intensa, com maior probabilidade de transmissão. Após este período, ela some durante um bom tempo, não há mais sinais da doença e suas manifestações no organismo parecem estar curadas, mesmo quando não foram tratadas. Isto representa um risco, pois ao longo de meses ou até anos ela fica latente, mas então começam a aparecer complicações, como manchas por todo o corpo, cegueira, paralisia, doenças no cérebro e no coração, culminando muitas vezes no próprio óbito do paciente. Este é o terceiro estágio, o mais perigoso de todos.
Os sintomas iniciais incluem, além da lesão já citada, caroços nas virilhas – tantos estes quanto as feridas não são dolorosos e não provocam coceiras, bem como não revelam a presença de pus. Seu diagnóstico nas primeiras etapas é mais simples no homem do que na mulher, pois a lesão no pênis é mais evidente, enquanto a da vagina, por ser interior, é observável apenas em exames ginecológicos realizados com um espéculo. O teste sorológico ou VDRL também é muito utilizado, e tem o objetivo de encontrar determinados anticorpos que reagem à substância contida no soro, a cardiolipina. Também é fundamental o autodiagnóstico, ou seja, perceber o aparecimento de feridas em órgãos sexuais ou em outras partes do corpo, depois de dez a noventa dias da realização do ato sexual.
Esta doença deve ser tratada logo no início, evitando-se assim que ela evolua para um quadro muito mais grave. É muito importante, porém, preveni-la, com o uso de preservativos, a prática da educação sexual, o tratamento precoce e os exames pré-natais. Não há ainda, em curto prazo, esperanças da criação de vacinas. O que existe é o tratamento, e quanto mais cedo melhor - um velho conhecido nosso, a penicilina. Se o paciente tiver alergia a este medicamento, há como alternativa o uso da eritromicina ou tetraciclina. O sucesso do tratamento depende da observação do paciente pelo período de um a dois anos, tanto no atendimento clínico quanto na sorologia.
Autor: Ana Lucia Santana