A intussuscepção, também chamada de intuscepção, consiste na entrada de um segmento de órgão oco em outra parte do mesmo órgão. A porção invaginada recebe o nome de intussuscepto e a parte do órgão que invagina a outra é chamada de intussusceptiente. Ocorre mais frequentemente em órgãos que possuem ampla motilidade, como o intestino delgado e o cólon.
Esta condição pode ser classificada de acordo com a sua localização e sua etiologia. No caso do intestino, que representa a maioria dos casos de intussuscepção, pode ser classificado em entérica, ileocólica, ileocecal e colocólica. Nos casos da etiologia, pode ser neoplásica, não-neoplásica e idiopática.
Nas crianças, a maior parte dos casos de intussuscepção é idiopática, provavelmente ocasionada pela hipertrofia linfoide secundária e infecção viral. Já nos adultos, entre 80 a 90% dos casos, a causa é conhecida, sendo as neoplasias os principais fatores que levam a esta condição.
Seja qual for a causa da intussuscepção, a fisiopatologia é a mesma. Ao passo que o intussuscepto adentra a luz do intussusceptiente, a compressão causada no primeiro pelo segundo leva a variados graus de oclusão venosa. Caso não haja resolução espontânea da intussuscepção, ocorrerá edema parietal intestinal com comprometimento arterial simultaneamente. A isquemia intestinal leva à perda da integridade da mucosa intestinal, com extravasamento de sangue e muco das mucosas. O progressivo edema intestinal resulta em oclusão vascularterial, necrose isquêmica e infarto intestinal. Se houver perfuração intestinal, ocorrerá peritonite. Todavia, este processo final se consolidará somente se não for efetuada intervenção em tempo hábil.
As manifestações clínicas comumente observadas são náuseas, vômito, recolhimento das pernas próximas ao peito e cólicas abdominais intermitentes de moderada a severa. Quando o quadro evolui, pode haver sangramento retal, fezes com muco e letargia. A febre não é um sintoma da intussuscepção, porém, quando houver necrose, a febre estará presente.
O diagnóstico é feito com base em exames de imagem, especialmente por meio da ultrassonografia abdominal.
O tratamento pode ser somente clínico, por meio de redução, com taxa de sucesso de 80%. Contudo, em 5 a 10% dos casos há recidiva dentro das primeiras 24 horas. Caso não seja possível fazer a redução clínica da intussuscepção, o tratamento cirúrgico é recomendado, removendo-se a parte do intestino que foi afetada.
Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842005000300010
http://en.wikipedia.org/wiki/Intussusception_(medical_disorder)