Infecção Puerperal

A infecção puerperal é aquela que afeta o aparelho genital feminino no período pós-parto. Estima-se que entre 1% a 7,2% das gestantes apresentam esta afecção nesse período, sendo, no Brasil, uma das principais causas de morte materna. Dentre as causas e os fatores de risco envolvidos na infecção puerperal estão:

  • Infecção da ferida pós-operatória, tanto no caso de cesariana quanto de episiotomia;
  • Presença de celulite perineal;
  • Retenção de restos de membranas gestacionais no útero;
  • Infecção do trato urinário;
  • Sepse da flebite pélvica;
  • Mastite;
  • Deficiência nutricional;
  • Diabetes;
  • Obesidade.

Os agentes patogênicos encontrados na infecção puerperal podem ser de fonte endógena e exógena. No primeiro caso, os mais comumente encontrados são as bactérias Escherichia coli e Streptococcus faecalis; já no segundo casos, a bactéria anaeróbica Clostridium sp. é a mais frequente.

As manifestações clínicas desta condição variam de acordo com o local da infecção e com a extensão do processo infeccioso. A paciente pode apresentar febre, calafrios, mal-estar geral, palidez e frequência cardíaca acelerada. Além disso, há dilatação uterina, passando o útero a ficar flácido e dolorido, e expulsando uma secreção que, habitualmente, apresenta odor desagradável. Nos casos de infecção dos tecidos circunjacentes ao útero, há dor e febre intensas.

Distintas complicações podem ocorrer em casos de infecção após o parto, como:

  • Peritonite;
  • Tromboflebite pélvica;
  • Embolia pulmonar;
  • Endotoxemia, que pode levar a um choque séptico;
  • Lesão renal grave;
  • Morte.

O diagnóstico de infecção puerperal é obtido por meio de exame clínico, levando em consideração os sinais e sintomas que a paciente evidencia, como, febre dentro das primeiras 48 horas após o parto. O exame de sangue revela uma taxa elevada de leucócitos e a cultura da secreção uterina ou vaginal aponta o agente causador da infecção. As possíveis complicações decorrentes da infecção puerperal podem ser identificadas através de exame clínico, podendo, em alguns casos, serem confirmadas através de exames de imagem.

O tratamento é feito por meio da administração intravenosa de antibióticos de amplo espectro, sendo estendido por 48 horas após o desaparecimento da febre. Outros fármacos que também podem ser utilizados incluem analgésicos para suspender a dor; anti-sépticos nos casos de lesões locais; e anti-eméticos para as náuseas e vômitos no caso de haver peritonite.

O tratamento suporte consiste no repouso, ingestão adequada de líquidos, fluidoterapia (quando necessário) e medidas para abaixar a febre. Algumas medidas podem aliviar o desconforto causado por lesões locais, como é o caso dos banhos de assento. Caso haja membranas fetais remanescentes, a cirurgia pode ser necessária para removê-las, bem como pode ser necessária para drenar lesões locais. Outra opção é a realização de histerectomia, quando necessário.

Fontes:
http://www.manualmerck.net/?id=276&cn=2058
http://boasaude.uol.com.br/realce/showdoc.cfm?libdocid=15865&ReturnCatID=1806
http://www.febrasgo.org.br/?op=300&id_srv=2&id_tpc=5&nid_tpc=&id_grp=1&add=&lk=1&nti=799&l_nti=S&itg=S&st=&dst=3
http://www.health-diseases.org/diseases/puerperal-infection.htm

Autor: Débora Carvalho Meldau