Feocromocitoma

Os feocromocitomas são tumores, normalmente benignos, oriundos das células cromafins, habitualmente encontradas na região medular da glândula adrenal (também conhecida como supra-renal). Em casos mais raros, podem originar-se em locais extra-adrenais, como em paragânglios da base do crânio até a região de bifurcação das artérias ilíacas ou, mais raramente, no tórax, bexiga ou cérebro.

Este tipo de tumor é raro e é encontrado em dois indivíduos em cada 1 milhão de pessoas por ano. Acredita-se que 0,1-0,5% dos casos de pressão alta são decorrentes de feocromocitomas. Embora geralmente este tumor seja benigno, o risco reside na possibilidade de desencadear crises de hipertensão potencialmente fatais, especialmente quando o indivíduo é submetido a induções anestésicas, procedimentos propodêuticos invasivos, diferentes cirurgias ou outras situações estressantes.

Geralmente estes tumores são diminutos, quase não levando a sintomas por compressão ou obstrução. No entanto, até um pequeno feocromocitoma pode sintetizar quantidade considerável de catecolamina e consequentes sintomas. Dentre as catecolaminas, encontram-se os hormônios adrenalina, noradrenalina e a dopamina, que elevam a pressão arterial. Além disso, este tumor é o gatilho para o surgimento de outros sintomas relacionados a situações de risco que resultam em ataque de pânico.

Mais de 33% dos pacientes com feocromocitomas morrem antes que seja alcançado o diagnóstico, sendo o óbito normalmente decorrente de arritmia cardíaca ou acidente vascular cerebral.

As manifestações clínicas costumam aparecer de forma repentina, desaparecendo vagarosamente. Dentre os sintomas é possível encontrar cefaléia, sudorese excessiva, palpitações, ansiedade, tremor, sintomas relacionados ao sistema digestório (dores abdominais e vômitos) e alterações na sensibilidade da pele (parestesia).

Crianças costumam apresentar sintomatologia distinta dos adultos, sendo que na infância, as manifestações clínicas mais comuns são: sudorese, alterações da visão e pressão alta constante e não na forma de crises, como nos adultos.

O diagnóstico é obtido por meio de exames laboratoriais (sangue e urina), no qual se faz a dosagem de catecolaminas. A coleta da urina deve ser realizada durante um período de 24 horas, com a primeira coleta sendo feita pela manhã ou em seguida a uma crise sintomática.

É importante ressaltar que determinados medicamentos, como os utilizados para tratamento de ansiedade, para emagrecer, para asma ou tosse e até mesmo certas drogas como cocaína, podem interferir na dosagem de catecolaminas levando a um diagnóstico alterado. Alguns alimentos como pimenta e bebidas que contenham cafeína também leva a alterações no exame, bem como acontecimentos estressantes.

Exames de imagem (ressonância magnética, tomografia computadorizada e cintilografia das adrenais) também podem ser utilizados no diagnóstico do feocromocitoma.

O tratamento de eleição é a ressecção cirúrgica do feocromocitoma. No entanto, a cirurgia geralmente é realizada somente após o estabelecimento de níveis normais de catecolaminas, alcançado por meio de medicamentos, uma vez que seus valores alterados representam risco para o procedimento cirúrgico. Os fármacos utilizados são a fenoxibenzamida e o propanolol em associação, sendo que comumente também é necessária a administração de metirosina ou outros fármacos associados para o controla da pressão arterial.

Caso o feocromocitoma seja um câncer que sofreu metástase, o seu crescimento pode ser retardado por meio da administração de ciclofosfamida, vincristina e dacarbazina.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Feocromocitoma
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/9-2/feocromocitoma.pdf
http://www.sbu-sp.org.br/site/index.php/feocromocitoma.html
http://www.manualmerck.net/?id=172&cn=1344
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301997000300012&script=sci_arttext

Autor: Débora Carvalho Meldau