A febre Kuru consiste em uma rara doença neurodegenerativa, infecciosa, causada por um príon. A palavra Kuru é de origem indígena e significa "tremendo de febre e frio", sendo este um dos sintomas apresentados pelos portadores desta doença.
Esta moléstia foi descrita pela primeira vez na década de 1950, na Nova Guiné. A princípio, acreditava-se que se tratava de uma patologia hereditária, uma vez que acometia indivíduos de uma mesma tribo de nativos, em Nova Guiné. Contudo, pesquisas realizadas por D. Carleton Gadjusek, elucidou a real etiologia.
Esta tribo praticava o canibalismo em rituais fúnebres, consumindo o cérebro de indivíduos falecidos, com o objetivo de adquirir sabedoria. Deste modo, acabavam adquirindo o príon e, consequentemente, a febre Kuru.
Seu desenvolvimento é lento, apresentando período de incubação de quase 30 anos. Quando há a manifestação dos sintomas, o paciente vai a óbito dentro de, no máximo, 1 ano. Todavia, tipicamente a maior parte dos pacientes morre dentro de 3 a 6 meses.
Estes príons levam a alterações nas células nervosas, com consequente formação de tecido cerebral anormal, ocasionando lesões progressivas e incuráveis no cérebro.
Gadjusek descreveu três estágios da febre Kuru, de acordo com a evolução das manifestações clínicas:
Anteriormente, a prevalência desta doença era de 14%, sendo que destes, a maior parte era composta por mulheres e os cozinheiros responsáveis pela preparação do cérebro para seu consumo. Após a abolição do canibalismo na região, esta doença foi praticamente dizimada, sendo considerada atualmente como uma doença prestes a ser erradicada.
Fontes:
http://www.tuasaude.com/febre-kuru/
http://es.wikipedia.org/wiki/Kuru_(enfermedad)