Denomina-se argiria uma doença caracterizada por causar a mudança de cor da pele e de certos órgãos, devido à exposição excessiva e prolongada a prata e aos sais de prata, seja através de contato com a pele, ingestão ou inalação.
Desde a descoberta da prata na Pré-História, o metal se tornou um símbolo de decoração pessoal e ornamentação, por ser o mais branco de todos os metais e apresentar um poder de reflexão de luz elevado. Sua extração passou a ser constante desde sua descoberta, pois além de ser um metal claro e brilhante é um metal fácil de trabalhar devido a sua maleabilidade.
O contato cada vez mais frequente de trabalhadores envolvidos na extração deste metal que diariamente era impregnado em suas peles e absorvido pela respiração, contribuiu para o aparecimento de doenças como a argiria em longo prazo. Esta anomalia de pele foi alvo de estudo e pesquisa do alemão Albers, o primeiro médico a estudar profundamente a argiria, no final do ano de 1700.
A causa mais comum da doença é através da ingestão da prata ou de seus componentes. Houve uma época em que a ingestão de prata coloidal era vista como uma arma poderosa contra bactérias, germes, fungos e vírus e até hoje existem comerciantes que alegam que a prata coloidal é eficaz contra diversas doenças. No entanto a ingestão desta suspensão de partículas sub-microscópicas de prata metálica em uma base coloidal em longo prazo pode causar argiria cujo sintoma principal é a coloração azulada permanente da pele. Permanente porque infelizmente a argiria não tem cura, mas a terapia a laser tem sido usada para tratar o quadro com resultados estéticos satisfatórios.
Um caso famoso de argiria foi do americano Paul Karason, que consumiu durante anos a prata coloidal exageradamente para tratar problemas como a dermatite. O resultado foi que a cor de Paul modificou ao longo dos anos e em 20 de dezembro de 2007 seu caso teve repercussão mundial.
Ainda não foi descoberta a quantidade de prata necessária no organismo para produzir argiria. Por ser uma doença irreversível o paciente terá sua pele azulada para o resto da vida. A Agência de Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças (ATSDR), localizada nos Estados Unidos, descreve a argiria não como sendo uma doença, mas sim como um problema cosmético, já que a anomalia não causa outros sintomas além da pele azulada. No entanto indivíduos com casos graves de argiria, por terem suas peles azuladas podem desenvolver depressão e ficarem confinados em suas residências pela vergonha do contato social.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Argiria
http://en.wikipedia.org/wiki/Argyria
http://quackwatch.haaan.com/prata.html