Angeíte Granulomatosa Alérgica

A angeíte granulomatosa alérgica, também conhecida como doença de Churg-Strauss, consiste em uma vasculite sistêmica autoimune, de etiologia ainda não esclarecida.

Foi primeiramente descrita no ano de 1951, por Churg e Strauss, foi definida como angeíte granulomatosa e caracterizada pela presença das seguintes características:

  • Vasculite necrotizante;
  • Infiltração tecidual eosinofílica;
  • Granulomas extravasculares.

Contudo, no ano de 1990, o American College of Rheumatology revisou tais critérios, apontando mais detalhadamente quais devem estar presentes no diagnóstico desta moléstia, que são:

  • Asma, com o quadro variando de moderado à grave;
  • Eosinofilia periférica (> 10%ou 1,5 x 109/L);
  • Mono ou polineuropatia;
  • Infiltrados pulmonares transitórios;
  • Comprometimento dos seios paranasais;
  • Biópsia com posterior avaliação anatomopatológica, evidenciando vasos sanguíneos com eosinófilos extravasculares.

Embora a etiologia desta desordem ainda não tenha sido completamente elucidada, uma vez que há uma grande relação de pacientes com eosinofilia persistente e asma, bem como elevado título de IgE sérica em certos casos, pode ser que haja um importante componente alérgico e imunomediado.

O curso da doença é  dividido em três fases:

  • A fase inicial, fase prodrômica, que é a mais longa, caracterizando-se por asma e manifestações clínicas de rinite e sinusite;
  • Fase eosinofílica, que pode se manifestar em anos, caracterizada por eosinofilia periférica e infiltrados eosinofílicos teciduais;
  • Fase vasculítica, que pode ser grave, aumentando consideravelmente a morbidade dos pacientes.

Esta doença é  sistêmica, mas possui preferência por algumas regiões do corpo, como a pele, o sistema respiratório e o sistema nervoso.

As manifestações clínicas incluem:

  • Asma intensa e tardia;
  • Sinusite crônica;
  • Eosinofilia;
  • Vasculite;
  • Perda de peso;
  • Mialgia;
  • Artralgia;
  • Infarto agudo do miocárdio;
  • Pericardite aguda ou constritiva.

As manifestações clínicas levam à desconfiança desta doença. A confirmação é feita por meio de exames de sangue, que revelam um grande aumento nos níveis de eosinófilos na corrente sanguínea (eosinofilia); teste de função renal, que aponta resultados alterados; exames de imagem do tórax (radigrafia ou tomografia computadorizada); biópsia do tecido acometido.

O tratamento visa amenizar a vasculite e suprimir o sistema imune, por meio da utilização de altas doses de corticoides ou outros fármacos imunossupressores, como a ciclofosfamida, a azatioprina ou o metotrexano.

Fontes:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?470
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132005000700008

Autor: Débora Carvalho Meldau