Anencefalia é uma patologia congênita que se caracteriza pela má formação do cérebro do feto durante a gravidez, geralmente durante os 23º e 26º dias da gestação. Essa anomalia impede que o sistema nervoso central seja desenvolvido corretamente, sendo o cérebro e a calota craniana grosseiramente malformados. O cérebro e o cerebelo são reduzidos ou inexistentes e o tecido cerebral é frequentemente exposto (não coberto por osso ou pele). A criança, quando nasce com vida geralmente é cega, surda e inconsciente, e sua expectativa de vida é de apenas algumas horas e às vezes poucos dias após o nascimento.
A anencefalia é um tipo gravíssimo de defeito do tubo neural. O tubo neural é um canal estreito que se dobra e fecha para formar o cérebro e a medula espinhal do embrião. Acredita-se que esse defeito seja decorrente da interação entre fatores genéticos e ambientais, durante o primeiro mês de embriogênese. Mulheres que tomam certos medicamentos para a epilepsia e as mulheres com diabetes possuem maiores chances de ter um filho com defeito do tubo neural. A anomalia também tem sido associada a uma elevada exposição a toxinas, tais como cromo, chumbo, mercúrio e níquel. A incidência aproximada de anencefalia é de 1 caso em cada mil nascidos, principalmente caucasianos do sexo feminino.
Pelo fato da anencefalia poder ser diagnosticada antes do nascimento através de um exame de ultra-som, muitos médicos aconselham a interrupção da gravidez, já que o feto terá uma curta vida extra-uterina, o que é uma atitude polêmica. Em vários países, optar por interromper uma gravidez em casos de anencefalia e de várias outras malformações congênitas é possível. Porém, no Brasil, esse direito de optar por este tipo de aborto, a fim de evitar sofrimento e frustrações maiores, ainda não é legal. É permitida a prática do aborto somente quando a gestação é decorrente de estupro ou quando não há outro meio para salvar a vida da mãe. Além da imposição da lei, existem vários fatores éticos e morais que desaprovam o aborto, uma vez que o ser encefálico tem o direito de nascer e de tentar viver enquanto tiver condições para tal.
Para evitar a anencefalia é muito importante incluir ácido fólico na dieta alimentar das mulheres em idade fértil, que diminui significativamente a incidência de defeitos congênitos. O ideal é consumir 0,4 miligramas de ácido fólico diariamente.
Infelizmente, não há tratamento médico para a anencefalia. Devido à falta de desenvolvimento do cérebro, cerca de 75 por cento dos bebês são natimortos (morrem dentro do útero ou durante o parto) e os restantes 25 por cento dos bebês morrem dentro de algumas horas, dias ou semanas após o parto. O tratamento é mais para a família, que precisa de apoio emocional, afinal, vivenciar a perda de um filho pode ser muito traumático.
Referências Bibliográficas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anencefalia
http://www.anencephalie-info.org/p/index.php
http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1478/1411
http://www.copacabanarunners.net/anencefalia.html